No limite do território nacional, num santuário de biodiversidade por excelência... entre espécies de fauna e flora únicas no mundo, num sítio completamente isolado... inóspito... e apenas equipados com transmissores e receptores rádio. -
- Foi assim durante quatro dias a expedição do Grupo de Investigação de Radiocomunicações e Ambiente (GIRA) que acompanhámos dia a dia neste blog. Uma aventura inesquecível aqui recordada por Paulo Campos, um dos dinamizadores desta expedição. -
Terminada a participação no concurso IOTA 2008, a expedição de seis radioamadores do GIRA deu por concluída a bem sucedida expedição às Ilhas Selvagens.
A viagem de regresso começou hoje ao início da tarde e o navio patrulha da Marinha Portuguesa que os traz de volta da Selvagem Grande deverá aportar na Marina do Funchal dentro de sensivelmente 20 horas.
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A aterragem em solo continental está prevista para a próxima terça-feira.
Depoimentos e imagens desta aventura única podem posteriormente ser conferidos aqui.
Durante a participação no IOTA 2008, os seis radioamadores do GIRA estiveram hoje em permanente contacto com colegas de todo o mundo a partir da Selvagem Grande.
Durante toda a tarde e até ao cair da noite, vieram ao rádio para partilhar com os quatro cantos do planeta a experiência de participarem nesta aventura no mais inóspito e isolado território em Portugal. Fique agora com uma ideia do que foram as comunicações efectuadas ao longo do dia.
Excertos trazidos a este blog com a inestimável ajuda do Eduardo Gonçalves (CT1 DQV) e do Eugénio Pereira (CT1 ENU), a partir de Chaves. A eles o nosso muito obrigado! -
Um dia alguém chamou às Ilhas Selvagens a última fronteira.
A expressão foi utilizada num documentário e creio que não podia ser mais acertada... a começar por aquilo que o termo 'fronteira' encerra em si mesmo: efectivamente, as Selvagens são o território mais a sul de Portugal - a 270 quilómetros da Madeira - e situam-se a 250 quilómetros da costa africana.
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A sua localização geográfica permite-lhes combinar as aragens húmidas do Atlântico com a influência dos ventos quentes e secos vindos de África. O resultado é um clima ameno durante todo ano.
Depois é uma zona com intervenção humana praticamente nula, o que explica a preferência por dezenas de espécies animais - principalmente aves migratórias - que utilizam as Selvagens como ponto de passagem e pouso preferencial.
Diz quem por lá passa que essa é uma característica singular que, não raras vezes, proporciona espectáculos de rara beleza.
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Os regimes de visitação são, todavia limitados: na Selvagem Grande cada grupo de visitantes deve ter, no máximo, 20 pessoas enquanto que na Selvagem Pequena a restrição é ainda maior por motivos de tamanho: a ilha é substancialmente mais pequena e, de cada vez, não aceita mais do que oito visitantes.
Os termos de visita e pedidos de acreditação podem ser consultados e preenchidos no site do Parque Natural da Madeira.
O documento pode ser enviado por correio normal, via fax ou email.
- André Rodrigues
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Audio: Susana Fontinha (Directora do Parque Natural da Madeira) -
Quando ontem tudo indicava que o GIRA ia ficar em terra mais dois dias à espera do navio patrulha da Marinha que levasse a expedição dos radioamadores às Ilhas Selvagens, eis que surgiu hoje a solução para o problema: poucas horas depois de ter aterrado no aeroporto do Funchal, o grupo fretou um veleiro que deverá sair nas próximas horas da Marina do Funchal rumo à Selvagem Grande. -
- A viagem levará cerca de 20 horas... o atraso previsto para a chegada ao destino: quatro horas.
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ACTUALIZAÇÃO: a expedição zarpou da Marina do Funchal às 22 horas de 23 de Julho.
A um dia da partida para a expedição às Selvagens, o azar bateu à porta do GIRA: uma avaria no navio que vai levar os radioamadores vai atrasar por alguns dias o calendário inicialmente previsto. Na melhor das hipóteses, só daqui a dois dias é que a expedição rumo às Ilhas Selvagens poderá partir.
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Depois de um investimento financeiro avultadíssimo em logística, autorizações e demais burocracias, seria - no mínimo - ingrato que a expedição fosse posta em causa. Aparentemente não... pelo menos é o que diz o 2.º Tenente Coelho Paixão, Chefe do Centro de Comunicações da Madeira, que está a prestar o apoio ao Grupo de Investigação de Radiocomunicações e Ambiente.
Uma das questões que pode suscitar estranheza ao leigo cidadão é esta: qual é, afinal, a importância de um território desértico, de clima agreste, semi-habitado... onde pouco ou nada existe... para a integridade do território nacional e para a preservação e respeitabilidade da sua soberania? De facto, as coisas não podem ser vistas de forma tão linear.
No caso das Selvagens, o pouco que nelas se vê e o nada que lá existe do ponto de vista infra-estrutural, não traduz o peso que têm. Efectivamente são riquíssimas do ponto de vista dos recursos marinhos, são fundamentais para a extensão da Zona Económica Exclusiva nacional e representam, em si mesmas, um valor material em termos territoriais... e isso tem um valor inestimável do ponto de vista da soberania e da identidade de um país. Esta é a análise do General Loureiro dos Santos (na foto) que afirma que a expedição do GIRA vem lembrar aos mais esquecidos - leia-se, a maioria dos portugueses - que as Selvagens podem ser pequenas mas existem... e são parte integrante de Portugal.
É o nome de código da primeira missão do recém criado GIRA (Grupo de Investigação de Radiocomunicações e Ambiente).
O grupo, sedeado em Gaia, nasceu em finais de Maio deste ano e parte já no próximo dia 23 rumo às Ilhas Selvagens, o mais isolado território português.
O assunto já está inclusivé a merecer o interesse da imprensa madeirense.
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Num sítio sem acesso a energia eléctrica, Internet ou comunicações fixas e móveis, seis radioamadores pretendem demonstrar como as ondas hertzianas podem ainda ser o meio mais eficaz de comunicar em qualquer situação.
Todos os dias neste blog, confira os registos na primeira pessoa - em voz e por escrito - de uma aventura vivida a mais de 1300 quilómetros do Continente.
De regresso
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De regresso à minha terra, deste lado do Mundo, posso dizer que dou graças
a Deus por ter tido a oportunidade de viajar até à Austrália.
As Jornadas Mundiai...
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Chegando a Trondheim, fui recebida por uma amiga de lá natural, que no
passado ano lectivo foi minha roommate em Berlim. Apanhou-me na estação e
pergunto...